quinta-feira, 31 de julho de 2008

Segunda-feira, 14 de Julho de 2008

VISITA AO VALE HISTÓRICO - UMA VOLTA AO PASSADO
Recentemente retornei a uma cidade que já havia visitado há quatro anos – Bananal.Cidade paulista que fica situada próxima ao estado do Rio de Janeiro e está incluída no circuito turístico do vale histórico. A rota que está sendo revitalizada e que era usada na época do império, para o escoamento do ouro desde São Paulo e Minas Gerais até o porto de Paraty.A situação geográfica nesse meu artigo, não é de muita relevância diante do depoimento que quero fazer.Mas vamos a algumas rápidas informações.A cidade de fato é muito acolhedora, com uma população de pouco mais de dez mil habitantes e um clima bem frio no período do inverno. A arquitetura dos prédios remonta à época do império, e cada lugar é mais acolhedor que outro. Fica situada aos pés da serra da Bocaina, outra das belezas de nosso país.Chegando à cidade, a primeira coisa que me chamou a atenção foi a conservação de seus prédios, desde aqueles pertencentes aos órgãos públicos, bem como as casas residenciais. O solar que pertenceu á família Aguiar Valim, está sendo recuperado e com o empenho da população da cidade. O que mais me impressionou, é que há quatro anos atrás vi as obras sendo lentamente executadas e hoje, para minha surpresa, já há uma condição para visitação, com a parte superior já bem estruturada e que em breve abrigará um centro cultural. Isto é o resultado do empenho de um povo que procura preservar os valores de sua terra, não perdendo a identificação.
Igual exemplo se vê através da preservação de suas igrejas e mais, da Pharmacia Popular, sim, escrita ainda com PH pois monta de 1830, fundada por um francês , tendo pertencido ao Farmacêutico Ernani Graça e hoje administrada por seu filho o Sr. Plínio. E uma das poucas farmácias antigas brasileiras, ainda em atividade, e que também conserva utensílios e equipamentos utilizados pelos farmacêuticos através dos séculos. Funciona como um museu aberto a visitação.Um capítulo à parte, as fazendas que ficam naquela região. Representavam uma riqueza ímpar na época do café, chegando a cunhar sua própria moeda. Não podemos deixar de mencionar que essa agricultura era impulsionada pela presença dos escravos que, tratados muitas vezes de modo desumano, como nos conta a história, deixou seu legado através dos tempos. Não fora essa mão de obra, provavelmente, toda a riqueza de uma época não teria sido explorada como foi. E hoje em dia, com justiça, fala- se dessa casta sempre enaltecendo seu trabalho e o que de fato ela representara em nossa história, de quem adquirimos tantos costumes e crenças. Verdadeiros heróis dentro da minha concepção, por tudo que sofreram e que produziram.Na Fazenda Bananal, de amigos que sempre nos recebem muito bem na cidade(Guga e Beth), voltamos um pouco ao tempo da escravidão ao ouvirmos os “causos” que nos são contados sobre aquela época, bem como ao visitarmos cômodos da fazenda conservados até hoje, inclusive com seu mobiliário de época.Mas como riqueza maior é seu povo, gente hospitaleira, simpática e que sempre está interessada em atender aos nossos pedidos, procurando nos contar a história da cidade e seu progresso, como foi o caso do Sr. Fernando do Centro Cultural que até me presenteou com livro e revista . Houve uma empatia tal de minha parte que até fiquei pensando se não teria sido ali que os grandes Chico, Garoto e Vinicius compuseram a música Gente Humilde, em seus versos “.........são casas simples com cadeiras na calçada, e na fachada escrito em cima que é um lar! pela varanda flores simples e baldias como a alegria de não ter como lutar......”
Ai...ai.....vida tranqüila!Viagem linda também se faz à Bocaina, serra há 2000 m de altitude, com um visual incrível, um clima muito gostoso embora frio no inverno,e sua gastronomia que tem como carro chefe a truta criada na região. Um turismo aventura, como chamamos, pois a subida desde a cidade de Bananal é íngreme por uma estrada estreita e cheia de curvas, mas não há nada mais excitante .
E assim vemos como há tantos lugares maravilhosos em nosso país que, se preservados, são verdadeiras riquezas.Sem dúvida excelentes passeios! Adorei.
Beijos Elbia

sábado, 12 de julho de 2008


EXEMPLO A OBSERVAR......
As mulheres têm muiiiiitos predicados que conseguem agradar aos homens. Mas há uma situação que desagrada a milhares deles, muito embora haja aqueles que também contrariam essa afirmação e se enquadram direitinho no mesmo vício - o de comprar muito. E quando se está viajando, Deus do céu!, é uma corrida a tudo que se vê pela frente, de remarcações aos artigos mais diferentes.
Coincidentemente, ao chegar de uma viagem recente, trazendo cremes, souvenirs, perfumes,etc. dentro da mala, (e saibam que não sou das que mais consomem!), me deparei com um artigo da jornalista Martha Medeiros que descreve sobre essa compulsão que nos atormenta, ou pelo menos a muitas de nós.
E como tenho viajando sempre nas excursões da Anaphab,e presenciado o corre-corre de nós mulheres pelas compras, não pude me furtar de registrar esse artigo em meu blog. Eis o que ela escreve:

"Compro, logo existo
Uma amiga acabou de chegar de Londres. Adorou, lógico. Mas ela disse que os preços estão um escândalo, uma exorbitância. Pensei : então é pra lá que eu vou.
Explico: eu também cheguei de viagem, estive em Buenos Aires e os preços por lá estão igualmente um escândalo ... de tão baixos! Algum problema nisso? Sim, há um problema nisso.Óbvio que é sensacional ter transporte público barato(uma viagem de metrô está por certa de 60 centavos e qualquer corrida de táxi dentro dos bairros mais procurados não custa mais do que R$5).Nada como tomar um bom vinho sem ter vontade de cair em prantos quando chega a conta, e comprar um casaco pra vida toda pagando três vezes menos o valor que pagaríamos aqui.
O problema? Já digo.
Quem gosta de viajar, mas gosta mesmo, aproveita seu tempo para caminhar pela cidade, apreciar prédios históricos, conhecer parques, entrar em livrarias. visitar museus e galerias de arte, vasculhar lojas de discos, jantar bem,ir a espetáculos e tomar um café com calma em algum lugar charmoso enquanto observa os transeuntes. Claro, fazer umas comprinhas também está no roteiro.
O problema enfim: numa cidade com preços atraentes como Buenos Aires, todo o resto(museus,shows,parques, cafés) fica para quando sobrar tempo - no caso de. O objetivo passa a ser comprar. Ir a todos os shoppings. Gastar até o último centavo, trazer tudo o que puder,abandonar-se à compulsão.
Eu que estou longe de ser uma consumista crônica e me orgulho do meu comedimento, também fiquei impressionada com os preços argentinos. Uma pessoa controlada faz o quê? Aproveita uma tarde para comprar o que precisa e segue seus dias curtindo o que a cidade tem a oferecer em termos culturais, ambientais,artísticos. A questão é saber diferenciar o que se precisa do que não se precisa e, se formos honestos, chegaremos à conclusão de que não precisamos nem da metade do que consumimos.
Eu gosto de bugigangas, e minhas compras em viagem quase sempre se restringem a artigos de papelaria, acessórios(pulseiras,echarpes, óculos)e algum artesanato, são os meus suvenires habituais, coisinhas coloridas e inventivas que me fazem lembrar da viagem pra sempre.
Também me atrai, de vez em quando, algo que seja extravagante, inusitado, diferente de tudo o que já vi. Mas se você entra em surto por causa de preço bom, vai encher três malas extras de jeans, camisetas, bolsas, sapatos, lençois, cobertores, louças, candelabros e mais uma quantidade de coisas volumosas que, tudo bem, são baratas, mas podem ser tranquilamente encontradas na sua cidade, só que na sua cidade você nem olharia para elas,não importa quanto custassem.
Teve um momento em que me vi dentro e uma loja revirando cabides e me deu um estalo: o que estou fazendo aqui? Que ânsia é essa de "aproveitar" os preços? Tenho que aproveitar a cidade, o meu tempo livre, a minha companhia, o meu olhar estrangeiro, a minha sede de informação, a minha curiosidade, e não me sobrecarregar de sacolas. È preciso estabelecer uma fronteira entre se encantar de verdade por um artigo e ser louca por comprar, simplesmente
Da próxima vez, Londres. É perfeito. Olha-se algumas vitrines, suspira-se e toca-se em frente até um dos arrebatadores parques da cidade para fazer um divertido piquenique, que sai bem mais em conta."
(Revista O Globo de 06/07/2008 Ela disse)

Gostaram? Pensem nisso, nossos companheiros agradecem ........Beijos Elbia